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TUDO SOBRE: RESIDÊNCIA EM reumatologia

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Por: Bruna Góes e Bruno Lopes

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Dra. Viviane Machicado, médica com residência em reumatologia pelo Hospital Santa Izabel, mestranda em Medicina e Saúde Humana na EBMSP e preceptora da residência de Reumatologia do HUPES e da residência de Clínica Médica do Hospital Santa Izabel

Reumatologia é uma residência que possui dois anos de clínica médica como pré-requisito e que dura dois anos. Atualmente são oferecidas 3 vagas para residência médica em reumatologia na Bahia. O reumatologista pode atuar em dor, capilaroscopia, vasculite, miosite, USG para a investigação de artropatias... 
Para saber mais sobre a residência em reumatologia, entrevistamos a Dra. Viviane Machicado, médica com residência em reumatologia pelo Hospital Santa Izabel, mestranda em Medicina e Saúde Humana na EBMSP e preceptora da Residência de Reumatologia do Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard (HUPES) e da Residência de Clínica Médica do Hospital Santa Izabel. Confira:

 

QUAL O PERFIL DO CANDIDATO? 
“Aquele que gosta de estudar casos de clínica médica, que se interessa por diagnósticos difíceis, que tem um perfil mais investigativo, que gosta de se debruçar sobre casos mais complexos. Então, o perfil do médico que escolhe a reumatologia, é normalmente aquele médico que se apaixona por um caso de lúpus durante a faculdade ou residência de clínica médica, um caso de vasculite ou um caso que ninguém sabe exatamente o que pode ser. É muito difícil alguém fazer reumatologia porque quer tratar de artrose e fibromialgia. Inclusive, é importante a gente dizer, que no consultório a grande parte das consultas são com pacientes com essas doenças. Eu diria que 70% do nosso dia a dia ambulatorial está relacionado a partes moles. Portanto, quem vai fazer reumatologia tem que se interessar também por essa parte. 
O estudante/médico que se interessa por reumatologia é aquele que tem como característica gostar de clínica médica e se interessar por casos difíceis com diagnóstico diferencial amplo, porque a especialidade traz muito isso por se tratar de doenças autoimunes, sistêmicas, que fazem diagnóstico diferencial com caso de infectologia, com casos de neoplasia, passeando muito pelas especialidades”.

COMO MONTAR O CURRÍCULO? 
“Eu acho que o estudante deve ter essa visão do currículo desde o início da faculdade. Eu por exemplo, fui uma estudante que publiquei durante a graduação, tive bolsa de iniciação científica e fiz monitoria. Sempre busquei também fazer estágios: estive no HGE, no Couto Maia, sempre corri atrás. 
O médico não se torna médico na formatura, na hora que recebe diploma. Existe toda uma trajetória que está sendo vista, está sendo vista por seus colegas, está sendo vista pelos seus professores, que são seus futuros colegas que vão encaminhar pacientes para você. Então, se você tem uma boa conduta, se você se mostra interessado, comprometido, responsável, isso vai fazer com que lá na frente você tenha uma bagagem para que isso se torne até uma indicação em um processo seletivo de residência”. 


FICAR OU NÃO EM SALVADOR?
“Hoje a gente tem apenas um programa de residência em reumatologia na Bahia, que é no HUPES. Aqui na Bahia você vai ter uma oportunidade imensa de casos complexos, isso não vai faltar. O médico que optar por fazer uma residência na Bahia pode ter certeza de que vai sair muito bem formado. A qualidade do corpo clínico também não deixa nada a desejar, em relação à preceptoria, discussão.
Eu diria que a principal diferença em relação à residência em São Paulo é a questão estrutural. A gente carece, muitas vezes, de recursos, e em alguns momentos isso pesa um pouco, principalmente em relação a exames complementares. Temos uma dificuldade maior de exames que muitas vezes auxiliam para fechar um diagnóstico, complementar uma investigação. Mas sem dúvida a parte clínica e a parte ambulatorial não deixam nada a desejar”.

COMO É A ROTINA DO RESIDENTE?
“O primeiro ano da residência de reumatologia traz uma porta aberta para passear entre as principais doenças da especialidade. Então, o R1 fica basicamente na enfermaria, ele é responsável pelos pacientes que internam e tem uma rotatividade grande. Ele está durante a semana toda pela manhã na enfermaria, vendo os pacientes, e pela tarde ele fica no ambulatório geral de reumatologia. 
No R2, há um foco maior para as interconsultas. Esse residente sai da enfermaria, mas ele continua respondendo interconsultas. Nessa hora entra uma parte muito legal da reumatologia, que é essa conversa com outras especialidades. O R2 responde interconsulta na gastro, na neuro, na pneumo... Ele também roda em outras especialidades, como a ortopedia, reumatologia pediátrica, saindo do ambulatório de reumatologia para rodar em outros ambulatórios”. 

QUAIS SÃO AS OPÇÕES DE SUBESPECIALIZAÇÃO?
“A reumatologia é uma área muito ampla. O reumatologista pode por exemplo participar de alguma linha de pesquisa, como vasculite ou miopatias inflamatórias, o que lhe confere um certo know how na área e ele passa a ser visto como referência. Outra possibilidade é na parte de procedimentos, a exemplo de USG à beira do leito, onde o profissional pode avaliar atividade de doença e diagnósticos diferenciais, ajuda a guiar procedimento, principalmente infiltração. Outra possibilidade é a capilaroscopia, algo muito específico, aqui na Bahia só uma reumatologista fez isso, e ela foi pra Itália fazer a especialização. Trata-se de um exame que ajuda na avaliação da esclerodermia. Fora isso, a gente tem a possibilidade de fazer especialização em dor também”.

COMO É O COMEÇO DA CARREIRA?
“Eu acredito que a reumatologia ainda é uma especialidade que tem um bom mercado de trabalho, inclusive na capital. Estamos falando de um estado de dimensão continental, então ainda há muitas portas abertas. Os leitos hospitalares estão crescendo, com equipes de reumatologistas sendo criadas nos hospitais, e tem crescido muito a rede ambulatorial no SUS também, principalmente vinculada a faculdades. 
Quem quer ir para o interior tem uma área muito grande para explorar. A gente carece de reumatologistas no interior e quem vai consegue crescer muito mais, pode montar um serviço de referência, uma clínica. 
No entanto, com o número de especialistas crescendo, é possível que haja uma certa saturação em 5 ou 10 anos, mas a gente ainda não vê isso. Quanto à remuneração, o especialista que se forma vai atender particular e convênio, e isso está muito atrelado a um ramo de reumatologia que é a terapia infusional assistida, então muitas das nossas doenças são tratadas em centros especializados com essa técnica e é onde o profissional está mais inserido. O primeiro ano quando você sai da residência talvez seja o mais decisivo, e embora alguns ainda permaneçam dando plantões, em geral o reumatologista consegue viver bem atendendo em consultório e integrando equipes em hospitais”. 

QUAIS AS DICAS PARA OS ESTUDANTES?
“A principal é que você tente fazer uma base de clínica médica muito boa, aproveitar bem internato, estágios, acompanhar algum médico de algum serviço... Isso traz alguma bagagem, embora não seja determinante. Então, independente da sua faculdade ter ou não um ambulatório de reumatologia, que você faça uma boa base de clínica médica e estude bastante”.

COMO FOI SUA ESCOLHA?
“Até entrar na faculdade de medicina eu nunca tinha ouvido falar em reumatologia e toda vez que a gente conversa com pessoas leigas, fora da área de saúde, a gente tem essa percepção que muitas vezes as pessoas não entendem o que é área de reumatologia, acham que é só uma especialidade que cuida de idoso e de dores articulares. 
No segundo ano de faculdade, a minha mãe teve um diagnóstico de Síndrome de Sjogren, que é uma doença autoimune, e essa foi a primeira vez que eu tive contato realmente com uma doença autoimune e tive interesse e a curiosidade de estudar sobre. Durante os primeiros quatro anos de faculdade, eu tive pouco contato com a reumatologia. Na minha faculdade, a UEFS, a gente tem um ambulatório de reumatologia, e acredito que esse ambulatório foi para mim um divisor de águas para permitir que eu tivesse um contato maior com a especialidade. No sexto ano fui monitora desse ambulatório e acabei me apaixonando”. 

 

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