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TUDO SOBRE: RESIDÊNCIA EM AnestesioLOGIA

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Por: Filipe Fiaes e Júlia Farias

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Dr. Alexandre Goulart Pustilnik, presidente da sociedade de Anestesiologia do Estado da Bahia (SAEB) e coordenador do Serviço de Anestesiologia do Hospital Cárdio Pulmonar

Anestesiologia é uma residência de acesso direto e que dura três anos. Atualmente são oferecidas 35 vagas para residência médica em anestesiologia na Bahia. As áreas de atuação para o anestesiologista são muitas e existem várias opções de subespecializações, como medicina paliativa, anestesiologia obstétrica, dor aguda e crônica, cuidados e terapia intensiva...
Para saber mais sobre a residência em anestesiologia, entrevistamos o Dr. Alexandre Goulart Pustilnik, presidente da sociedade de Anestesiologia do Estado da Bahia (SAEB) e coordenador do Serviço de Anestesiologia do Hospital Cárdio Pulmonar. Confira:

QUAL O PERFIL DO CANDIDATO? 
“O anestesista precisa saber que vai estar confinado em um ambiente fechado como o centro cirúrgico durante muitas horas, às vezes em uma mesma sala com a mesma equipe. São longos períodos fora de casa, plantões noturnos, finais de semana. E isso vai ser para sempre. Essa rotina vai mudando um pouco, certamente. Você não vai dar tanto plantão, vai trabalhar menos. Mas ela não vai ser tão diferente. Então, isso é algo que precisa ser avaliado pelo acadêmico.
A disciplina é importante para o anestesista, a vigilância do paciente, pontualidade, a capacidade de se antecipar às situações. A gente costuma dizer que anestesia é 99% de monotonia e 1% de agonia. Essa monotonia de 99% vai depender do seu planejamento. Se você planejou tudo certinho, é para ser monótono mesmo. É para ser estável. Para isso, o anestesista se prepara muito. Treina reanimação, ACLS, ATLS, PALS, manuseio de vias aéreas. Exatamente para quando chegar uma situação extrema. O anestesista tem que ser um expert em acessos venosos, via aérea, em monitorização hemodinâmica, em alguns métodos de ultrassom e ecocardiografia...”

COMO MONTAR O CURRÍCULO? 
“Antes de qualquer coisa, seja um bom médico e tenha uma boa formação clínica. O currículo teórico da anestesiologia talvez seja um dos mais extensos da residência médica, porque a gente realmente precisa estudar todos os sistemas e todos os pacientes, da criança ao idoso. Vale citar a obstetrícia também, em que a participação do anestesista é decisiva em muitas situações. 
Então a formação do anestesista é ampla. Se você me perguntar o que eu recomento a um acadêmico, é que ele faça um excelente curso de medicina. Ele vai precisar de tudo: hematologia, farmacologia, psiquiatria... Quanto mais vivência de um clínico geral, melhor”. 

FICAR OU NÃO EM SALVADOR?
“Nas melhores residências, de maneira geral, você vai ter contato com um volume de pacientes muito grande, além de uma complexidade bem maior. A complexidade às vezes é bem maior em São Paulo, por exemplo, e em alguns lugares com mais recursos tecnológicos. Certamente o anestesista que vai para um ambiente desses pode se beneficiar. 
Mas você pode fazer sua residência aqui e ser um excelente profissional, construir sua bagagem, e, no seu terceiro ano, ou após a residência, fazer uma especialização em outro lugar. É o aluno, o residente, quem faz a qualidade da sua residência. Ele não pode se acomodar, esperar que as coisas aconteçam só pelo programa de residência. Precisa fazer sempre algo a mais”. 

 

COMO É A ROTINA DO RESIDENTE?
“A residência de Anestesiologia hoje tem três anos e possivelmente deve ampliar para quatro. Na Europa e nos Estados Unidos já são cinco anos. Isso acontece porque existe uma superespecialização em determinadas áreas, como cirurgia cardiovascular, cirurgia cardiotorácica, neurologia, pediatria... 
No jargão da nossa sociedade, nós chamamos o ‘médico em especialização’ de ME1, ME2 e ME3. O ME1 vai ter muito contato com avaliação pré e pós-anestésica, com manuseio básico de via aérea, acesso vascular, ventilação sob máscara, intubação, e cirurgias de menor complexidade. Além disso, ele vai ter um programa teórico bastante extenso, no ME1 talvez seja até mais extenso do que nos outros, porque a anatomia, fisiologia e farmacologia de todos os sistemas serão revisados.
Já no ME2, ele começa a avançar na complexidade. Já vai pegar dispositivos de via aérea mais complexos, como videolaringoscópio, fibroscópio, endoscopia, broncoscopia, monitorização invasiva; acessos vasculares como acessos centrais... Então, vai caminhando progressivamente para cirurgias e procedimentos mais complexos e já começa a ter contato com anestesias específicas para algumas especialidades, como obstetrícia por exemplo. No ME3, ele vai avançar para cirurgias ainda mais complexas: cardíacas, transplante, neonatais... Durante as fases da residência ele tem contato com medicina de emergência e terapia intensiva também”.

 

FAZER OU NÃO SUBESPECIALIZAÇÕES?
“As subespecialidades lhe dão mais experiência. Principalmente as subespecialidades que tratam de dor e alta complexidade, como medicina cardiovascular avançada. Elas são muito procuradas e sempre agregam valor. Medicina crítica (terapia intensiva) e pediatria também são áreas bastante procuradas”.

 

COMO É O COMEÇO DA CARREIRA?
“A demanda por anestesistas é muito grande no mundo inteiro. O anestesista é o médico, evidentemente, de ambiente hospitalar, mas é um médico completo, até por conta da formação. É um profissional útil na emergência, na hemodinâmica, na terapia intensiva... Durante a pandemia da COVID-19, muitos anestesistas, inclusive eu, foram para a terapia intensiva porque são profissionais que têm competência nessas áreas. 
O mercado de trabalho hoje se divide entre hospitais públicos, de plantão na maioria das vezes, e hospitais e clínicas privados. Então, existem boas perspectivas para o anestesista que acabou de sair da residência. O principal é ser um bom profissional, aquele que tem habilidades técnicas e conhecimento, mas também habilidades psíquicas, as “soft skills”, ou seja, aquelas habilidades não técnicas, a capacidade de relacionamento em grupo, de aceitar que existe uma hierarquia, de se comportar de maneira esperada para aquele cenário”.

QUAIS AS PRINCIPAIS VANTAGENS E DESVANTAGENS?
“Talvez a maior vantagem da anestesiologia seja a organização. Ela é uma especialidade conclusiva na maioria das vezes, então, quando você encerra um ato anestésico as coisas se encerram ali. Diferentemente do cirurgião, por exemplo, que após o anestesista ir para casa ainda está acompanhando o paciente internado – embora, cada vez mais, os anestesistas têm participado dessa área pós-operatória, com a terapia da dor, em que também acompanham paciente após o ato cirúrgico. 
Você trabalha num ambiente com ar condicionado, de pijama o dia inteiro e sem muita confusão. Em compensação, é um ambiente confinado e são muitas horas de trabalho sem ver a luz do dia, sem saber se é dia ou noite, as salas são frias, com muita iluminação, ruídos e odores... Tem pessoas que não se adequam a esse tipo coisa e tem pessoas que nem se incomodam”.

COMO FOI SUA ESCOLHA?
“Eu dava plantão no pronto-socorro como estudante, percorria todas as áreas do hospital e acabei na terapia intensiva, porque queria estudar coisas mais complexas, pacientes mais graves. Lá apareceu um estágio na Anestesiologia e acabei me encantando. Me sinto muito realizado com a minha especialidade, muito empolgado, gosto do que eu faço. Toda especialidade passa por seus momentos difíceis, altos e baixos, tanto financeiros quanto de carga horária, de ambiente de trabalho. Mas acho que essa é a chave para qualquer especialidade, para qualquer profissão: a gente manter a motivação”.

 

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