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TUDO SOBRE: RESIDÊNCIA EM
Clínica médica

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Por: Catharine Garcia e Ronney Argolo

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Dr. Bruno Alvim, médico assistente da residência de clínica médica e propedêutica do hospital das clínicas da Universidade de São Paulo (USP) e preceptor da residência em clínica médica do hospital do servidor público estadual de São Paulo

Clínica médica é uma residência de acesso direto, que dura dois anos e pré-requisito para outras, como cardiologia, hematologia, reumatologia e endocrinologia. Atualmente são oferecidas 121 vagas para residência em clínica médica na Bahia.

Para saber mais sobre a residência em clínica médica, entrevistamos o Dr. Bruno Alvim Carvalho Araújo, graduado pela faculdade de medicina de Petrópolis, com residência em clínica médica no hospital de ensino Alcides Carneiro e R3 pelo hospital universitário Antônio Pedro. Atualmente é médico assistente da residência de clínica médica e propedêutica do hospital das clínicas da Universidade de São Paulo (USP) e preceptor da residência em clínica médica do hospital do servidor público estadual de São Paulo. Confira:

 

QUAL O PERFIL DO CANDIDATO?

“Aquele que procurou ter uma boa formação, se dedicou a conhecer mais profundamente anatomia, semiologia, fisiopatologia... Isso ajuda muito a prestar a prova. Os residentes que se destacam mais na residência são os que têm uma base bem consolidada em clínica médica. Você inicia a aprovação na residência quando entra na faculdade de medicina. É fundamental também procurar ter contato com pessoas competentes que trabalham com a especialidade.

Em resumo, a melhor sugestão é: faça uma boa graduação e procure acompanhar colegas em plantões, visitas e discussão de casos”.

 

FICAR OU NÃO EM SALVADOR?

“No Brasil tem tantas residências boas... Vejo muito aqui em São Paulo que tem muita gente da Bahia, de Goiás, de outros lugares do Nordeste. Fui preceptor no Hospital das Clínicas de Medicina Interna da USP, tinha três colegas que fizeram formação em Salvador e te digo: aí tem faculdades muito boas, uma graduação muito boa. Fiquem tranquilos, não se preocupem. Lógico, existem instituições com nomes que a gente acaba observando como referência, mas a graduação de vocês é muito boa. Vocês estão saindo muito bem preparados.

Eu fiz minha residência médica, primeiro em Petrópolis. Sou extremamente contente com a formação que eu tive, com a graduação que eu tive, com meu R3. O hospital das clínicas é uma excelente instituição. A Bahia tem várias instituições de excelência, o Rio de Janeiro tem, Minas gerais tem, o Sul tem, o Nordeste tem.

A melhor sugestão que eu posso dar é: converse com quem está na instituição fazendo residência. Veja qual o perfil da residência e se casa com o seu. Nem sempre o que é bom para os outros, é bom para nós. O essencial é fazer a residência em uma instituição em que se tem uma boa qualificação. E boa qualificação está associada com um bom corpo clínico”.

 

COMO MONTAR O CURRÍCULO?

“Primeiro, não adianta montar um currículo excelente se não for bem na prova. Dito isso, antigamente o aluno fazia dez ligas, era monitor de dez disciplinas, mas o que a gente observa é que isso pode acabar contando como ponto negativo. Não tem como você fazer uma boa graduação em medicina se estiver fazendo uma graduação em currículo (risos). Hoje se dá mais valor para a pessoa na entrevista: você fez algo em prol da comunidade na graduação? Fazia atividade física? Está mudando o paradigma que valorizava só prova e conhecimento teórico.

O que acrescenta mais no currículo hoje é a extensão, atividades em comunidade... Mas o peso das coisas depende do programa. Tem alguns que pontuam um peso para liga, outro para monitoria, outro para extensão... Está tudo mais fragmentado. Mas ser presidente de liga, ter monitoria, ter publicação em revista, ainda tem peso grande.

Uma coisa importante é que, muitas vezes, ter duas ligas tem o mesmo peso de seis ligas. Ter dez trabalhos publicados pesa igual a ter dois. Existe um teto que acaba sendo preenchido”.

 

COMO É A ROTINA DO RESIDENTE?

“De modo geral, o tempo é dividido entre visitas e enfermarias, ambulatórios, plantões noturnos e plantões no final de semana. Tem rodizio em emergência, tem rodízio em terapia intensiva. Tem atendimento em unidades básicas de saúde. Então, há uma mescla de todos esses setores da clínica médica, e a grande maioria dos residentes trabalha fora também.

Antigamente, se ouvia muito que residentes bons são aqueles que entram 4 horas da manhã e chegam em casa 22h. Já não é mais esse tempo. Tem que existir uma vida social além da residência”.

 

FAZER OU NÃO O R3 EM CLÍNICA MÉDICA?

“Para quem deseja conhecer mais de medicina interna, existe o R3. Fiz o meu na Universidade Federal Fluminense, em Niterói. Na época, era bem voltado para enfermaria e ambulatório. Mas o programa depende da instituição. Na USP, o R3 é muito voltado para gestão hospitalar e medicina baseada em evidências.

Fazer o R3 me acrescentou muito. Tive maior vivência com medicina baseada em evidências, tinha maior autonomia e expertise para lidar com casos mais complexos, foi muito bom para mim. Mas acho que o R3 é mais indicado para quem quer fazer clínica médica mesmo”.

 

COMO É O COMEÇO DA CARREIRA?

“Os residentes acabam a residência e dão plantão às vezes no pronto-socorro, às vezes em enfermaria... Geralmente, começam a passar visita no final de semana para um chefe. Alguns residentes já saem com emprego em um serviço, como parte de uma equipe, isso é bem frequente. Alguns, durante a residência, começam a fazer consultório e ficam mais ou menos inseridos no mercado. O mercado de trabalho é grande e as oportunidades, na maioria das vezes, ocorrem durante a residência, quando você se destaca. É importante que se tenha calma, paciência e persistência”.


DICAS PARA ESTUDANTES?

“Esteja disposto a aprender. Você pode ser muito inteligente, mas se não está disposto a aprender, se não é uma pessoa dedicada, a medicina não dá para aprender de orelhada. Então, pessoas que são dedicadas, que são comprometidas com o trabalho, que são comprometidas com ser humano, são diferenciadas. Isso faz toda diferença.

Saber medicina, é muito importante, mas saber de ser humano é tão importante quanto. Então, estude medicina, estude os livros, veja artigos, se atualize, mas se preocupem com o ser humano. É o recado que eu deixo para vocês. A gente se preocupa às vezes de saber o último Guideline, qual é o melhor tratamento e muitas vezes a gente esquece de perguntar como é que o paciente está, perguntar da família, como é que ele está em casa. Lembro de um grande lema que eu levo para a minha vida: Seja mais médico e menos doutor”.

 

COMO FOI SUA ESCOLHA?

“No primeiro ano, percebi como anatomia e fisiologia se interligavam. Percebi que tinha faro para diagnóstico, diagnóstico diferencial, e sempre quis saber o porquê das coisas. No terceiro ano tive contato com semiologia e foi um divisor de águas para escolher clínica médica, ou medicina interna: entender como o organismo funciona, o que é um desdobramento fisiológico, o que é um desdobramento paradoxal...”  

 

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