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TUDO SOBRE: RESIDÊNCIA EM psiquiatrIA

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Por: Bruna Moura e Giulia Freitas 

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Dr. Antônio Freire, psiquiatra pela UFBA, Doutor em Medicina e Saúde Humana pela EBMSP, professor de Psiquiatria da UFBA e preceptor do Programa de Residência Médica em Psiquiatria do Hospital Juliano Moreira

Psiquiatria é uma residência de acesso direto e que dura três anos. Atualmente são oferecidas 13 vagas para residência médica em psiquiatria na Bahia. As áreas de atuação para o psiquiatra são muitas: psiquiatria forense, psiquiatria da infância e adolescência, psicogeriatria...

Para saber mais sobre a residência, entrevistamos o Dr. Antônio Freire, professor de psiquiatria na UFBA e na EMBSP, diretor geral do Hospital Juliano Moreira e preceptor e membro da coordenação médica da Residência de Psiquiatria do hospital. Confira:

 

QUAL O PERFIL DO CANDIDATO?

“Deve ser alguém interessado em conhecimentos para além da Medicina: artes, filosofia, poesia, todas essas coisas são úteis para entender o comportamento humano. Claro que a base teórica também é muito importante, inclusive em farmacologia.

Acredita-se que, para o futuro, podem surgir marcadores biológicos que orientem mais o diagnóstico e tomada de decisão. Vivemos um momento em que a Psiquiatria aguarda um novo paradigma farmacológico. A perspectiva é ampla, com o caminho da neuromodulação. Muita coisa vem ainda pela frente, em relação à possibilidade de tratamentos e diagnóstico”.

 

FICAR OU NÃO EM SALVADOR?

“Em Salvador existem serviços de residência no HUPES e no Hospital Juliano Moreira. São programas muito bons, atraem pessoas de vários estados. Em São Paulo existem bons serviços, como a USP e UNICAMP, assim como a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, mas a residência local, em Salvador, não deixa a desejar.

Aqui, o serviço no HUPES é mais próximo da pesquisa, enquanto o serviço do Juliano Moreira tem uma maior relação com a “porta aberta”, a emergência na Psiquiatria. Porém, o R3 dos dois serviços consegue chegar ao mesmo patamar. Contudo, se você já pensa em ser pesquisador, a residência no HUPES pode garantir mais oportunidades. Se o interesse é a Psiquiatria Geral, ambos têm a mesma qualidade. No final de tudo, a dedicação do residente é fundamental”.

 

VALE A PENA PARTICIPAR DO PROGRAMA DE CURSISTAS OU FAZER PÓS-GRADUAÇÃO NO LUGAR DA RESIDÊNCIA?

“No Juliano Moreira, existe um programa para cursistas com carga horária similar à da residência médica, que também é feito por processo seletivo, com entrevista e análise curricular. São duas vagas e a concorrência é alta, às vezes de 25 candidatos/vaga. Apesar de ser um programa similar ao da residência médica, o cursista não recebe bolsa e não sai do programa com o título de especialista. No entanto, o programa de cursista do Juliano Moreira é credenciado pela Associação Brasileira de Psiquiatria. Então, se aprovado no programa, o cursista pode prestar a prova de título da Associação Brasileira de Psiquiatria.

No modelo de pós-graduação, a carga horária é menor. Mas, além de não conferir título, o indivíduo precisa trabalhar na área por 6 anos para poder fazer a prova de título da Associação Brasileira de Psiquiatria”.

 

COMO É A ROTINA DO RESIDENTE?

“No Juliano Moreira, o primeiro ano de residência tem uma carga horária de cerca de 60 horas semanais. Esse R1 vai ter atividades teóricas, seminários e discussões sobre psicopatologia, psicofarmacologia, de emergências psiquiátricas, de ética, de políticas de saúde… Além disso, atende aos pacientes internados e em ambulatório geral. Os residentes têm que cumprir, também, no primeiro ano, uma carga horária em neurologia.

No segundo ano, são atividades mais modulares, com ambulatórios de especialidades. O residente passa, por exemplo, no ambulatório de transtornos do humor, no de ansiedade, no de psicoses…

No R3, segue conhecendo as subespecialidades: vai passar pela psiquiatria forense, pela psicogeriatria, pela psiquiatria da infância… Também vai cumprir atividades voltadas para dependência química”.

 

QUAL O ANO MAIS DESAFIADOR?

“A carga horária é maior no R1. O residente tem plantões de emergência no hospital de residência, que são obrigatórios pelo programa de R1. A harmônica do R2 e R3 acaba sendo muito mais das subespecialidades, enquanto o R1 é um período bem basilar, de formação inicial de todo o conteúdo biológico”.

 

FAZER OU NÃO SUBESPECIALIZAÇÃO?

“Após o R3, o psiquiatra pode fazer um R4: um novo concurso para se subespecializar. Existem várias opções Ele pode fazer uma subespecialização em psiquiatria forense, em psiquiatria da infância e adolescência, psicogeriatria, dentre outros. Essa subespecialização leva, mais ou menos, 1 ano.

Mas se o psiquiatra quer trabalhar com psiquiatra geral, psiquiatra do adulto, já sai do programa de residência habilitado para isso, e com alguma noção de todas as outras subespecialidades (infância, geriatria, forense, etc), pois passam por todas as áreas durante a residência”.

 

COMO É O COMEÇO DA CARREIRA?

“O Psiquiatra recém-formado ainda possui facilidade de inserção no mercado de trabalho, pois há necessidade muito grande e formam-se poucos especialistas, cerca de 15 por ano, na Bahia, onde há uma população de 15 milhões de pessoas. No interior existem muitos médicos que não possuem residência e atuam como psiquiatra ocupando essa lacuna. O campo de atuação ainda é amplo, porque as doenças psiquiátricas são extremamente prevalentes ao longo da vida; teremos mais 30% da população apresentando transtorno psiquiátrico ao longo da vida. Além disso, de 2% a 3% da população possui transtornos psiquiátricos graves.

Quanto às possibilidades de atuação, temos os hospitais-dia; plantões em hospitais psiquiátricos na rede pública e privada, que vem crescendo; médico assistente; crescimento da rede ambulatorial na rede particular; e algumas UPAs, em Salvador, têm plantões psiquiátricos 24h.

Além disso, há a docência, se houver a inclinação para o ensino. Esse lado ainda é carente de profissionais. No fim, existe oportunidade em todas essas funções, desde a docência à psiquiatria clínica. O problema é que a maioria dos especialistas recém-formados quer ir para consultório privado, deixando esses espaços com muitas vagas. Mas isso revela também que o campo é tão amplo que, imediatamente após de sair da residência, esses médicos conseguem abrir seus próprios consultórios privados com muitos pacientes”.   

 

DICAS PARA ESTUDANTES?

“Ampliar conhecimento e gosto por artes, filosofia e poesia. A Psiquiatria é uma especialidade objetiva, com critérios diagnósticos e pensamento médico, mas em relação ao comportamento, ao mesmo tempo em que precisa da base médica, precisa ampliar essa noção sobre o ser humano e seu comportamento”.

 

COMO FOI SUA ESCOLHA?

“Desde a época de estudante, tinha afinidade por psiquiatria e por neurologia. Fui monitor da Profª Milena Pondé, que tinha um ambulatório de intervenção precoce em psicoses. Minha história com psiquiatria começa aí, entre o 3º e 4º anos. Me formei, fiz a residência no HUPES e passei a atuar como psiquiatra, tanto na assistência como na docência”.

 

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