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TUDO SOBRE: RESIDÊNCIA EM ENDOCRINOLOGIA

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Por: Adriele Castro e Mayanna Macedo

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Dra. Luciana Mattos Barros Oliveira, preceptora da residência médica em Endocrinologia e coordenadora do ambulatório transexualizador do HUPES-UFBA

Endocrinologia é uma residência que possui Clínica Médica como pré-requisito e que dura 2 anos. Atualmente são oferecidas 9 vagas para residência médica em Endocrinologia na Bahia (3 vagas no CEDEBA; 3 no C-HUPES; e 3 no HGRS). As áreas de atuação para o Endocrinologista são muitas: obesidade, crescimento, distúrbios da puberdade, doenças da hipófise, diabetes, osteoporose, andropausa, tireoide, entre outras.

Para saber mais sobre a residência em neurologia, entrevistamos Dra. Luciana Mattos Barros Oliveira, preceptora da residência médica em Endocrinologia e coordenadora do ambulatório transexualizador do HUPES-UFBA. Confira:

 

QUAL O PERFIL DO CANDIDATO?

"Os endocrinologistas são muito estudiosos, comprometidos, responsáveis. A nota de corte da endocrinologia é sempre a mais alta e exige muito estudo. É principalmente para pessoas que gostam de atendimento ambulatorial. É fundamental gostar do acompanhamento longitudinal do indivíduo, uma vez que durante toda a residência os mesmos pacientes são acompanhados pelo residente durante 2 anos. Isso estabelece uma forte relação médico-paciente".

 

FICAR OU NÃO EM SALVADOR?

"Acho que a principal diferença é a quantidade de pacientes que são atendidos e a disponibilidade para exames complementares. Dosagem hormonal e exames de imagem são extremamente importantes para fechar diagnóstico na Endocrinologia, e a especialidade está muito ligada à genética e estudos moleculares.

Nos serviços grandes de São Paulo, por terem médicos que são pesquisadores e produzem ciência de excelência, isso faz a diferença. Mas aqui na Bahia há uma diversidade de doenças e tem coisa que é única. Tem doença no ambulatório do HUPES que eu nunca vi na residência da USP. Então, realmente, temos uma diversidade de doenças mais prevalentes, por conta de casamentos consanguíneos e características da nossa população.

Em 1998, quando fui para os Estados Unidos, a diferença que eu vi na Harvard em relação à USP foi à quantidade e a velocidade: você solicitava uma dosagem laboratorial, passava a visita e à tarde essa dosagem já estava pronta. Na USP levava dois dias. Na Bahia, demora muito mais. No entanto, isso nos torna muito mais resilientes e criativos. Como você não pode pedir todos os exames para investigar o eixo hipotálamo-hipófise, por exemplo, você vai solicitar os principais exames e isso desenvolve seu raciocínio clínico de forma imbatível".

 

COMO MONTAR O CURRÍCULO?

"Não basta ser estudioso e tirar notas boas. O currículo deve ser o mais diversificado possível. É valorizada a formação em pesquisa, iniciação científica, que você esteja comprometido em atividades de extensão, ambulatoriais ou de ligas. É valorizado também como você conta a sua história, como pensou na sua formação para chegar na endocrinologia – ainda que inicialmente não tenha pensado nessa residência. Monitoria também é muito bem visto, uma vez que na residência o médico apresenta casos e discute temas.

Na entrevista, irão te perguntar: “você fez tal pesquisa, me fala um pouquinho sobre ela?”, e você precisa demonstrar que sabe aquele tema. Outra coisa importante é conhecer o serviço e mostrar que está disposto a agregar, que tem visão, ambição, que estuda a sua trajetória para chegar em algum lugar.

Ter boas notas é importante, mas um currículo bem construído é mais que isso. Saber se comunicar, ser claro, estar seguro da situação, ser capaz de brincar durante a entrevista, tudo isso conta".

 

COMO É A ROTINA DO RESIDENTE?

"Tanto nos serviços de São Paulo quanto nos da Bahia, na residência de Endocrinologia o residente roda nas subespecialidades – ambulatório de Tireóide; ambulatório de Diabetes; ambulatório de Obesidade; ambulatório de Genética; ambulatório de Endocrinologia Pediátrica, ambulatório de Transgeneridade. Ele tem contato com profissionais subespecializados, que estudam mais aquela área e consequentemente têm uma capacidade maior para ensinar.

O modelo é o mesmo: roda X meses em um serviço e depois troca. O que é peculiar do HUPES é a mimetização do consultório, já que cada residente é responsável por uma sala e, dessa forma, o paciente é dele durante 2 anos. As atividades da residência são basicamente ambulatoriais: os residentes têm ambulatório de manhã e de tarde e prestam interconsulta ou acompanham pacientes que estejam internados nas enfermarias dos hospitais".

 

FAZER OU NÃO SUBESPECIALIZAÇÃO?

"Aqui em Salvador, e acho que na maior parte dos estados do Brasil, o endocrinologista não vai ser subespecializado, ele vai fazer tudo. Mas em São Paulo eles conseguem ter consultórios especializados, em que eles fazem principalmente a sua subespecialidade. Então, um médico endocrinologista que seja especialista em neuroendócrino, no consultório dele vai ter mais paciente de neuroendócrino do que qualquer outro consultório, porque as pessoas do Brasil inteiro vão estar referenciando casos mais complexos e difíceis para ele".

 

COMO É O COMEÇO DA CARREIRA?

"A inserção do endocrinologista é ainda muito boa porque temos uma deficiência grande de profissionais. Se você levar em consideração que obesidade e diabetes são doenças cada vez mais prevalentes e que afetam um percentual muito alto da população no mundo, ainda tem muito espaço para endocrinologistas.

Sobre inserção no mercado de trabalho, eles conseguem se inserir na capital, mas a gente precisa cada vez mais de médicos no interior. Quem vai para o interior às vezes ganha mais dinheiro do que quem fica na capital. A remuneração não é maravilhosa, até porque você começa atendendo pacientes com plano de saúde, mas também não é ruim, comparada a outras especialidades.

De maneira geral, para você se inserir, precisa apenas de uma vaga no consultório que tem uma maca. Você não tem que comprar aparelhos caros, já que um endocrinologista trabalha basicamente com estetoscópio, uma fita métrica, um paquímetro para medir prega adiposa, um orquidometro, uma régua para medir tamanho de pênis. Nosso material é muito simples e barato".

 

QUAIS AS VANTAGENS E DESVANTAGENS DA ESPECIALIDADE?

"Vantagens: as doenças são muito interessantes e diversas. Dentro de cada glândula a gente tem uma diversidade enorme. Isso torna nosso dia-a-dia muito interessante. Como é uma especialidade ambulatorial, é mais fácil ter uma melhor qualidade de vida e organizar o dia-a-dia de forma mais estruturada. Além disso, é uma especialidade que ainda está abaixo da demanda real de profissionais, e isso deixa a agenda sempre cheia.

Desvantagens: o fato de não ter procedimento, já que o plano de saúde paga melhor quando você faz um procedimento. O único procedimento que tem na Endocrinologia hoje é a punção de tireoide, mas pode ser feito por radiologista, por patologista, por cirurgião de cabeça e pescoço..."

 

DICAS PARA ESTUDANTES?

"Estude muito, e não apenas Endocrinologia, porque o endocrinologista antes de tudo é um excelente médico clínico. Não discrimine a Pediatria, porque a depender da cidade onde você for exercer, talvez seja o único endocrinologista, e vai ter que atender criança também. Se seu foco for sair de Salvador, foque em construir um bom currículo, com monitoria, iniciação científica, liga, atividade de extensão..."

 

COMO FOI SUA ESCOLHA?

"Inicialmente, entrei em medicina com foco em genética. No segundo semestre, na fisiologia, percebi que queria uma área que envolvesse o corpo inteiro. No terceiro semestre entrei no grupo de pesquisa e fiquei durante 4 anos fazendo iniciação científica em neurotransmissão. Achei muito interessante e a neuro e a endócrino passaram a ser duas áreas que pensei em fazer.

Como sou uma pessoa que gosta muito de conversar, do atendimento ambulatorial, achei que endocrinologia tinha mais a ver com meu perfil. Fui fazer residência de clínica médica no USP e a vontade de fazer endocrinologia foi crescendo em mim. Fui à congressos e percebi que a endocrinologia tinha mais a ver com o meu perfil, de gostar de ter uma visão integral do indivíduo e dos seus vários sistemas e aparelhos".

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