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TUDO SOBRE: RESIDÊNCIA EM Ginecologia e obstetrícia

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Por: Adriele Castro e Lara Callado

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Dra. Renata Britto, professora da Faculdade de Medicina da UFBA, Chefe da Unidade de Atenção da Saúde da Mulher no HUPES e supervisora do programa de Endoscopia Ginecológica do Hospital

Ginecologia e obstetrícia (GO) é uma residência de acesso direto e que dura três anos. Atualmente são oferecidas 40 vagas para residência médica em GO na Bahia. As áreas de atuação para o obstetra e ginecologista são muitas, como reprodução humana e endoscopia ginecológica.

Para saber mais sobre a residência em GO, entrevistamos a Dra. Renata Britto, professora associada da Faculdade de Medicina da UFBA, Chefe da Unidade de Atenção da Saúde da Mulher no Hospital Universitário Professor Edgar Santos e supervisora do programa de Endoscopia Ginecológica do Hospital Universitário Professor Edgar Santos. Confira:

 

QUAL O PERFIL DO CANDIDATO?

“Normalmente, o médico que escolhe GO gosta de ter uma vida com muitas atividades diferentes. GO é uma das poucas especialidades que pode ser absolutamente clínica ou absolutamente cirúrgica. E o ginecologista pode fazer um pouco de tudo: um pouco de obstetrícia, gineco na área cirúrgica, focar mais na clínica...

Existem muitos procedimentos em ginecologia também. A gente tem a área de Endoscopia Ginecológica, que na Bahia ainda está se estruturando, e é uma muito interessante... Histeroscopia, cirurgia por laparoscopia, cirurgia robótica. Então, é uma especialidade que oferece muitas oportunidades. Quem gosta de fazer alguma coisa diferente a cada dia, quem gosta de ter uma rotina menos chata, quem gosta de rotina muito diferente, acaba gostando muito de GO”.

 

FICAR OU NÃO EM SALVADOR?

“Os melhores programas de GO estão na USP de São Paulo e Ribeirão Preto e Unifesp. As tecnologias chegam antes em São Paulo para depois chegar em programas de residência menores. Na UFBA, a gente tem programas de residência que são diferenciados e o Hospital das Clínicas oferece uma tecnologia que é bem parecida com o que temos em outros estados. Mas ainda temos pouca tecnologia avançada. A cirurgia robótica, por exemplo, ainda não está nos nossos programas de residência e já é uma realidade em muitos programas de São Paulo.

Esses programas mais concorridos, em universidades mais conceituadas, oferecem treinamentos específicos, principalmente nas áreas cirúrgicas, que nós não temos aqui. Além disso, tem uma coisa que é muito importante para a especialidade cirúrgica, que é o volume de procedimentos. Então, realmente não dá para comparar programas grandes com programas menores.

Aqui em Salvador temos programas que precisam avançar tanto na tecnologia de ponta quanto no volume de atividades cirúrgicas para os residentes. Isso é um diferencial muito importante”.

 

COMO MONTAR O CURRÍCULO?

“Atividades extracurriculares pesam muito nas entrevistas. Quando a gente fala de residências fora de Salvador e fora do Brasil, ser um aluno que participa de grupos de pesquisa, de atividades de extensão e que faz atividades fora da rotina da faculdade, como caridade, esportes, são coisas importantes. O aluno tem que ir construindo sua trajetória para ir um pouco além da faculdade e do currículo tradicional”.

 

COMO É A ROTINA DO RESIDENTE?

“Tanto na ginecologia quanto na obstetrícia, os residentes do primeiro ano tendem a ter as atividades de baixa complexidade: na Obstetrícia, participam dos pré-natais de baixo risco; na Ginecologia, dos ambulatórios mais simples de climatério, de puberdade... Depois, no R2, principalmente no R3, eles vão para as atividades de maior complexidade. Chegam, na Obstetrícia, ao pré-natal de alto risco, à medicina fetal, ultrassonografia... Na Ginecologia, vão para os ambulatórios de subespecialidades, como oncoginecologia, endoscopia ginecológica, uroginecologia, endometriose, infertilidade...”

 

QUAL O ANO MAIS DESAFIADOR?

“Com certeza o mais desafiador é o R1. A pessoa sai da vida de estudante para a vida real. Existe um peso de responsabilidade em todas as atividades e o R1 fica com um trabalho mais burocrático. As coisas mais raras, as mais difíceis, só vai encontrar no R3. Então, naturalmente o R1 acaba tendo um ano mais difícil.

O R2 e R3, principalmente o R3 na GO, acaba tendo um ano mais interessante.  Pegam as melhores cirurgias, com os melhores ambulatórios de subespecialidades, as doenças mais raras, os casos mais interessantes, com aquilo que realmente vai ser o diferencial de um bom especialista. Acho que o ano mais desafiador é o R1 e o mais interessante é o R3”.

 

FAZER OU NÃO SUBESPECIALIZAÇÃO?

“É difícil de responder. Mas toda subespecialidade dá ao profissional uma área de trabalho mais interessante e um retorno financeiro melhor. Por exemplo: se um ginecologista decide fazer R4 em reprodução humana, vai trabalhar com reprodução assistida, com inseminação intrauterina, fertilização in vitro, com casais inférteis, e praticamente deixa de fazer uma rotina de Ginecologia.

A mesma coisa se for para uma área cirúrgica na GO. Na endoscopia ginecológica, o profissional se subespecializa em fazer uma cirurgia por vídeo, por videolaparoscopia/histeroscopia. Ele fica em uma área bem específica na maior parte da semana.

Mas um especialista em GO termina a residência absolutamente satisfeito, do ponto de vista de trabalho. A nossa rotina lá no Hospital das Clínicas é de residentes que ainda na residência já trabalham muitos lugares, dão plantão aos finais de semana, e oferta de trabalho não falta”.

 

COMO É O COMEÇO DA CARREIRA?

“Após sair da residência, o especialista atua ambulatorialmente na ginecologia, pode se inserir em algum grupo de cirurgia ginecológica e atua com obstetra tanto na parte ambulatorial, fazendo pré-natal e acompanhamento de gestante, quanto no plantão de Obstetrícia.

A quantidade de oportunidades na especialidade faz com que os profissionais possam optar. A maioria acaba optando por Ginecologia ou Obstetrícia, não fica nos dois. Mas a quantidade de possibilidades da especialidade faz com que a maioria dos egressos consiga se inserir facilmente no mercado de trabalho, em Salvador ou no interior do estado.

Não é uma das especialidades com as melhores remunerações da Medicina, mas é uma especialidade em que a grande maioria dos profissionais está trabalhando logo após terminar a residência”.

 

DICAS PARA ESTUDANTES?

“Quem quer fazer GO acaba tomando essa decisão no internato, de fato. A maioria de vocês chega no internato com dúvidas e depois que passa por aquela área que toca, que realmente conquista, acaba decidindo. O internato em GO é muito encantador.

Mas minha dica é: aproveite todas as áreas da Medicina, porque tudo traz bons conhecimentos para GO. GO é um pouco de clínica médica, é um pouco de cirurgia, um pouco de psiquiatria, um pouco pediatria também. A gente precisa realmente que a formação do GO seja muito consistente nas outras áreas do internato”.

 

COMO FOI SUA ESCOLHA?

“Quando eu estava no quarto ano, participei de um grupo de pesquisa na Climério de Oliveira, que estudava Endocrinologia na Ginecologia. Na época, éramos estudantes ligados ao PIBIC. Quando comecei a participar dos estudos clínicos e a estudar um pouco mais a ginecologia endócrina, fiquei muito encantada com o aparelho reprodutor, com a fisiologia reprodutiva e fui fisgada pela GO. Já fui para o internato sabendo que iria fazer GO”.

 

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